Milhares de vezes, ao longo de oito anos, Lula e o PT falsearam os dados sobre o governo FHC. Mentiras pontuais foram criando o grande edifício da mentira conceitual:” (...) E então (...) segue adiante, na sua versão alucinada da história. Vai dar certo? Não sei! Se der, terá de arcar, depois, com o peso da realidade, (Reinaldo Azevedo).
Não é só em política que o PT mente. PT mente em qualquer ocasião que lhe convém! (lenibeatriz)
Se eu fosse um desses críticos do
PT que ignoram a sua natureza, poderia começar meu texto mais ou menos assim:
“Não entendo por que o PT, liderando um governo que, inegavelmente, tem
virtudes, precisa recorrer à mentira sistemática na campanha eleitoral”. Ocorre
que eu não sou um desses e entendo o papel central que a mentira exerce na
conformação e na postulação do partido. Na verdade, sem um conjunto de mentiras
circunstanciais e sem uma grande mentira conceitual, nem mesmo existiria PT. E
o debate de ontem à noite, na Record, que se estendeu até o começo da madrugada
de hoje, deixou isso muito claro.
A mentira do pré-sal e do petróleo
Dilma contou uma mentira ao
afirmar que seu adversário, se vitorioso, pretende privatizar o pré-sal. Qual é
o busílis? Como o governo substituiu o modelo da concessão pelo de partilha,
passou a chamar o regime anterior de “privatização”, o que, não fosse
deliberadamente falacioso, seria apenas equivocado. Fosse assim, e o tucano
José Serra respondeu acertadamente, a própria candidata do PT poderia ser acusada
de ter privatizado o “nosso” petróleo, inclusive o do pré-sal. Uma das empresas
que assinaram um contrato de concessão é a OGX, do bilionário Eike Batista, e
foi essa condição que lhe conferiu uma formidável valorização no mercado.
A campanha de Serra, especialmente
no horário eleitoral, enfrentou mal esse debate até agora. Chega a ser
escandaloso que não tenha deixado claro, por A + B — já que a imprensa, na era
do “declaracionismo”, não o faz — que, em 1995, quando FHC assumiu o governo, a
Petrobras produzia 700 mil barris de Petróleo por dia. A empresa detinha,
então, o monopólio. A abertura do setor foi fundamental para o crescimento da
produção. Em 1999, já havia 38 empresas privadas atuando no país. Atenção: em
2003, em razão das concessões feitas ao setor privado — que nada têm a ver com
privatização —, atingiu-se a marca de 1,4 milhão de barris por dia. Entenderam
o que aconteceu? Na gestão FHC, DOBROU A PRODUÇÃO DE PETRÓLEO. Hoje, anda em
torno de 2,1 milhões de barris/dia. Resumo da ópera: cresceu 100% no governo
FHC e 50% no governo Lula. Esse é o fato.
O suposto sucateamento da
Petrobras nos anos FHC é outra dessas vigarices cantadas por aí. Em 2000, por
exemplo, a empresa teve um lucro de R$ 9,9 bilhões, 6º entre as dez maiores
petroleiras do mundo. Recebeu vários prêmios internacionais por seu desempenho.
Em 1997, o setor petroleiro respondia por 2,7% do PIB; em 2000, já respondia
por 5,4% — tudo isso durante o governo que o PT sataniza tanto. José Sérgio
Gabrielli, este militante do PT disfarçado de presidente da Petrobras, deu
sucessivas entrevistas na semana passada. Falou o que bem entendeu. Ninguém o
contestou com números.
A mentira dos assentamentos e das invasões
Dilma contou uma mentira ao
afirmar que o governo Lula assentou mais famílias do que o governo FHC e que as
invasões de terra caíram. Ao contrário: as invasões cresceram. Foram 497 as
ocorrências entre 2000 e 2002 (na média, 165,67 por ano) contra 1.357 entre
2003 e 2008 (média de 226,17) — um aumento de 37%. Existe uma Medida Provisória
contra invasão de terras, editada em 2000. Ela indispõe para reforma agrária
terras invadidas. Na oposição, o PT chegou a recorrer ao Supremo contra essa
lei. Perdeu. No poder, nunca a aplicou — e, por isso, as invasões explodiram.
No momento, João Pedro Stedile está quietinho para não prejudicar Dilma. Mas já
avisou que volta com tudo se ela ganhar. Segundo disse, para os invasores, é
muito melhor que a vencedora seja ela.
O governo FHC assentou, ao longo
de oito anos, 600 mil famílias, marca que Lula não vai conseguir atingir.
Assenta menos, mas provoca mais conflitos e mata mais. Estes números, por
exemplo, são da Comissão Pastoral da Terra, que é o MST de batina: na atual
década, 2003 foi o ano mais violento, com 73 assassinatos em conflitos no
campo. Nos outros, o número de homicídios ficou entre 20 e 40. Com relação ao
número de conflitos, o período entre 2003 e 2007 foi o mais violento, com em
média 1.727 registros, contra 1.170 conflitos em 2008 e 1.184 em 2009. Embora
tenha sofrido uma redução, a quantidade de conflitos permanece bem maior do que
no início da década (2000, 2001 e 2002), quando ocorreram, em média, 822 por
ano. Resumo: Lula assenta menos, o MST invade mais, os conflitos aumentam, e as
mortes também.
Impressionante!
Milhares de vezes, ao longo de
oito anos, Lula e o PT falsearam os dados sobre o governo FHC. Mentiras
pontuais foram criando o grande edifício da mentira conceitual: o governo
representaria a grande mudança de rumo e de prioridades. Mas não deixa de ser
chocante ver Dilma tartamudear a inverdade ali, ao vivo, sem o conhecido
talento de Lula para a representação. E fico cá pensando: “Como é que essa
senhora não se constrange?”
Há um cálculo nessas coisas,
creio. Entro na cabeça de Dilma mais ou menos como Machado de Assis entrava na
cabeça do cônego (é claro que não estou comparando o paraíso com o deserto):
“Quem sabe do que estou falando ou endossa a mentira e a considera necessária
para eu vencer ou já não vota em mim mesmo. Então, tudo bem! Quem não sabe pode
acabar acreditando que falo a verdade e que os meus adversários querem mesmo
‘dar’ as riquezas brasileiras para os gringos. Assim, a mentira me é útil”
E então ela segue adiante, na sua
versão alucinada da história. Vai dar certo? Não sei! Se der, terá de arcar,
depois, com o peso da realidade, sem ter a mesma competência de Lula na arte do
ilusionismo. Por Reinaldo Azevedo
***
A mentira do PT que a imprensa não divulgou
Sem a mentira, o PT teria comprado esse prédio?
LINK ME
Nenhum comentário :
Postar um comentário
comentário aguardando moderação