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“O movimento, insista-se, ainda
engatinha. Mas parece bastante saudável, comprovou a primeira aparição pública.
Quem viu o ato de protesto na Avenida Paulista pôde contemplar o universo da
novíssima geração de brasileiros ─ um fascinante universo que a imprensa não
enxerga e os políticos de todos os partidos desconhecem. Predominantes na
multidão, os jovens insatisfeitos com o
Brasil sangrado pela bandidagem de estimação precisaram de apenas um dia para
escancarar as rugas, a flacidez, a velhice irremediável de entidades,
instituições, indivíduos, teorias ou conceitos que, até a véspera, conseguiam
disfarçar tamanha decrepitude. Essas coisas e essa gente foram dormir neste
século. Acordaram (ou permanecem de olhos fechados) num século 20 que nunca
pareceu tão remoto.”
“A anunciação da primavera
brasileira transferiu para o museu das antiguidades sem serventia os que
subestimam o poder de fogo da internet, os que duvidam do interesse dos moços
por questões nacionais e os que não admitem a existência de gente politizada
fora dos partidos. Não chega a 20 anos a idade média dos organizadores dos
protestos que, ignorados pela imprensa, reuniram milhares de manifestantes
mobilizados por redes sociais, sites e blogs. Confrontados com o frescor, a
sinceridade e a independência dos jovens em guerra contra a corrupção, os
matusaléns arrendados da União Nacional
dos Estudantes Amestrados foram remetidos ao mausoléu dos pelegos. (Em 1992, a
antiga UNE, então liderada pelo agora senador Lindbergh Farias, exigiu o
impeachment do presidente Fernando Collor. Hoje reduzidos a amigos de infância,
Lindbergh e Collor passaram a quarta-feira fingindo que não eram também
destinatários dos duros recados emitidos pela voz rouca das ruas).” Por augusto Nunes
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