Orientação de especialista: “Não reduza em absolutamente nada seu esforço e dedicação, seus
estudos e revisões.”
Elaborado em 02/2011
William Douglas Resinente dos Santos
A notícia da suspensão dos concursos caiu como uma bomba no
meio dos concurseiros, deixando muitos frustrados, desapontados e até mesmo
desesperados. Sei o que é se matar de estudar e ainda ter que ouvir estas
notícias. Contudo, a mesma experiência me faz saber o real efeito dessa medida.
A primeira coisa que digo a você é: calma! Vamos analisar a situação com
clareza, técnica e visão macro, e sob a luz de 30 anos como concurseiro. O dano
pela noticia-bomba é mais psicológico do que efetivo, pelos motivos que seguem.
Primeiro ponto. Isso é
do jogo
É normal que em início de governo surjam medidas como estas.
Também há o mau costume de, quando se anuncia algum corte em gastos, colocar na
lista os concursos públicos. Tolice, já que o governo não pode contratar sem
concurso, já que todos os anos há aposentadorias, falecimentos e exonerações
que precisam ser repostas, já que o país está em franco crescimento econômico e
populacional, o que demanda mais servidores. Parar os concursos é estancar o
país.
Já vi esse filme antes e asseguro: isso passa. Quem duvidar
disso pesquise na internet sobre a suspensão anunciada no início de 2008. Os
concursos tiveram um soluço e continuaram. O governo não tem como evitar os
concursos por muito tempo. Isso frustra? Esperar dói? Sim, claro, mas os
concursos podem ser adiados, não eliminados. Quem continuar estudando irá
enfrentá-los melhor do que aqueles que, entristecidos, pararem de se esforçar.
Para quem continuar estudando, sob certo aspecto, há até uma boa notícia: os
menos persistentes sairão da fila. Escrevo para que você continue nela. Ela vai
andar. Fique no jogo, pois os melhores jogadores treinam durante as férias. Ou
jogam em outros campos.
Segundo ponto. A
suspensão é parcial
A suspensão ocorreu apenas no Poder Executivo da União, não
atingindo sequer o Legislativo nem o Judiciário Federais. Os Tribunais e o
Congresso continuarão seus concursos. Os Estados da Federação e os Municípios,
idem. Mais que isso: Banco do Brasil e Correios, que competem no mercado com
empresas privadas, continuarão tendo que contratar. As estatais, todas elas,
não poderão deixar de cumprir as decisões do TCU de substituir terceirizados
por concursados. Só a Petrobras
terá que substituir, nos próximos cinco
anos, 170.000 terceirizados. Como? Com concursos! O que posso dizer é que o
Executivo Federal vai perder muita gente boa e bem preparada enquanto ficar
parado. E a Presidenta da República não vem demonstrando ser do tipo de ficar
parada.
Terceiro ponto. O País
e o PAC não podem parar
A Presidenta Dilma não correrá o risco de fazer um retrocesso
histórico no desenvolvimento do país. Os servidores são necessários não só para
a economia e para reduzir o custo Brasil, mas também para os objetivos sociais
do governo. Parte dos exuberantes resultados do país no Governo Lula decorreu
da política histórica do PT de prestigiar os concursos e de colocar a máquina
estatal com recursos humanos suficientes para cumprir seus deveres
constitucionais. Mesmo quando anuncia a
medida, a ministra Miriam Belchior destacou que cada pedido de seleção e
convocação será avaliado com cautela. "Serão analisados caso a caso. Novas
contratações serão olhadas com lupa", disse. Por isso, parece claro que
áreas estratégicas como Polícia Federal (1.352 vagas), Polícia Rodoviária
Federal (com seleção paralisada na Justiça ano passado e 750 vagas) e INSS
(2.500) devem ser mantidas. Não há como aumentar a arrecadação, nem combater
crime organizado, tráfico e trabalho escravo sem a realização de concursos.
Quarto ponto. Dois
votos de confiança
O primeiro é em mim. Acredite no que estou dizendo: quem
continuar firme nos estudos não terá frustrada sua persistência, ao contrário.
Segundo voto, na Dilma. Ela não comprou os aviões dos franceses, marcou
reuniões nas sextas-feiras, acabou com a farra dos ministros usando aviões da FAB,
visitou pessoalmente as vítimas da tragédia na Região Serrana, chamou atenção
dos ministros responsáveis por problemas como o do ENEM e do apagão no
Nordeste. A mulher está trabalhando! Nesse passo, o governo segurou o aumento
populista do salário mínimo, anunciou corte recorde de R$ 50 bilhões no
Orçamento 2011, inclusive congelando a maior parte do dinheiro das emendas de
parlamentares, proibiu a compra de automóveis e imóveis, impôs um teto para
gastos com passagens e diárias. Enfim, a suspensão dos concursos públicos não
foi uma medida isolada, uma mudança de rumo, mas medida compatível com o pacote
anunciado. Por mais tolo que seja parar os concursos, não podemos deixar de
elogiar um governo que tem coragem de pisar no freio.
Recomendações do
especialista
Valendo-me da gentil atribuição do "título" de
especialista no assunto, veiculo aqui minhas sugestões:
1.Não reduza em absolutamente nada seu esforço e dedicação,
seus estudos e revisões;
2.Faça os concursos que ocorrerão no Judiciário e no Executivo
da União, nos Estados e Municípios e nas estatais;
3.Espere com calma pois ainda este ano ocorrerão concursos
nas áreas estratégicas do Executivo Federal;
4.Tranquilize-se pois as vagas continuarão lá e precisarão
ser preenchidas mais cedo ou mais tarde.
Seja em que hora for, esteja preparado. O futuro irá premiar
aqueles que não desanimarem. Posso afirmar, como fez o salmista (Salmo 126:6):
"Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem
dúvida, com alegria, trazendo consigo a sua colheita". Mesmo que a vontade
inicial tenha sido a de chorar, não existe motivo para isso. Chorando ou nao,
contudo, lance as sementes. Asseguro que você irá colher o que está plantando e
no tempo certo estará feliz por ter nas mãos seu merecido cargo.
Fonte:
http://jus.uol.com.br/revista/texto/18470/a-verdade-sobre-a-suspensao-dos-concursos
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