"Para acomodar estruturas
administrativas de novos ministérios - eram 26 no governo FHC e 37 no governo
Lula -, e um volume crescente de servidores, governo federal paga aluguéis
exorbitantes em imóveis já espalhados por toda a capital federal."
Leandro Cólon e Tânia
Monteiro - O Estado de S.Paulo
Em meio às dificuldades do
governo da presidente Dilma Rousseff em passar a faca nas despesas de custeio,
Brasília é hoje vitrine de um fenômeno de gastança descontrolada: as dezenas de
imóveis alugados fora da Esplanada dos Ministérios para acomodar o inchaço da
máquina administrativa. Levantamento do Estado mostra que prédios e salas, só
do primeiro escalão do Poder Executivo, pagam pelo menos R$ 9 milhões mensais
de aluguel. A chamada "Esplanada oculta" custa, no mínimo, R$ 100
milhões por ano, dinheiro suficiente para construir cerca de 2.700 casas do
programa Minha Casa, Minha Vida.
O inchaço ministerial começou no
primeiro mandato do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2003.
Ele recebeu 26 ministérios do governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002),
mas entregou 37 à presidente Dilma - que pretende criar mais dois: o da Micro e
Pequena Empresa e o da Infraestrutura Aeronáutica.
Na acomodação das novas pastas e
ampliação das antigas, o governo "coloniza" prédios fora da Esplanada
desenhada por Lúcio Costa e costuma dispensar licitação para escolher os
imóveis a alugar. A suntuosidade e o custo do aluguel dos prédios muitas vezes
é inversamente proporcional à relevância política e econômica do ministério.
Pesca cara. O caso mais evidente desse descompasso é o Ministério
da Pesca e Aquicultura. A pasta da ministra Ideli Salvatti (PT) gasta R$ 575
mil por mês, num contrato de R$ 7 milhões por ano. Esse é o aluguel de um
prédio espelhado de 14 andares, onde 374 servidores estão lotados. A ministra e
67 assessores nem ficam lá - dão expediente num prédio da Esplanada.
Nos oito anos dos dois mandatos
de Lula, os recursos da Pesca aumentaram mais de 70 vezes, de R$ 11 milhões
para R$ 803 milhões, mas a produção nacional de pescado continuou em 990 mil
toneladas.
O Ministério do Meio Ambiente tem
sua sede própria na Esplanada, mas alugou um bloco inteiro num prédio para
acomodar mais 800 funcionários. Para tanto, paga por mês R$ 530 mil.
O Ministério da Cultura gasta R$
1,4 milhão com dois imóveis, embora também tenha sede na Esplanada. Caso
parecido é o do Esporte, que aluga por R$ 185 mil mensais cinco andares de um
prédio na região norte de Brasília, onde há 460 servidores.
O Ministério do Desenvolvimento
Agrário tem à sua disposição um espaço no bloco A da Esplanada dos Ministérios
e o prédio do Incra, mas alugou cinco pavimentos para ocupar 3,4 mil metros
quadrados no Setor Bancário Norte de Brasília. O valor do contrato de locação é
de R$ 128 mil por mês para abrigar 144 servidores. O ministério diz que o
espaço é necessário porque não consegue "acomodar" os funcionários na
Esplanada, cujos prédios têm nove andares.
Por R$ 100 mil por mês, o
Ministério do Turismo, que tem dois andares na Esplanada, ocupa ainda três
pisos de um prédio comercial. A pasta foi criada em 2003, mas em oito anos
praticamente dobrou o número de servidores. Assim como no Turismo, a escolha
dos imóveis para alugar é feita segundo o critério de cada ministério. A pasta
das Cidades paga R$ 7,7 milhões por ano por um prédio inteiro.
A Secretaria de Portos não tem
uma sala sequer na Esplanada. Para "existir", gasta R$ 191 mil por
mês com salas em cinco andares de um edifício comercial na região central do
DF. A poucos quarteirões dali, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e
Comércio alugou um espaço por R$ 62 mil. Entre 2009 e 2010, 400 novos
funcionários foram empregados na pasta.
Cerca de 900 funcionários do
Ministério do Desenvolvimento Social estão distribuídos por três prédios alugados
por R$ 481 mil mensais. A Advocacia-Geral da União (AGU) tem sede própria num
prédio fora da Esplanada, mas locou outro imóvel por R$ 1,3 milhão mensais. A
pasta de Direitos Humanos ocupa três andares de um prédio novo. O aluguel para
acomodar 450 funcionários custa R$ 575 mil.
O número de empregados pela União
aumentou em 204 mil ao longo dos oito anos do governo Lula, segundo dados do
Ministério do Planejamento. Os gastos anuais com a folha federal saltaram de R$
75 bilhões, em 2002, para R$ 179,5 bilhões em 2010, um crescimento de 139,3%.
Fonte:
“(...)a realidade do cidadão na busca forçada do
acesso à saúde que, embora seja um direito fundamentalmente protegido, é
limitado pela burocracia e ineficácia das políticas públicas e colocado em
contraponto com o argumento, administrativo ou judicial, de que existem
critérios e limites materiais adotados para assegurar a efetividade dos
direitos fundamentais, a denominada Reserva do Possível.”
Ministro dos Esportes priorizou seu partido: das 13
cidades beneficiadas, 11 eram do PCdoB
Via Jorge Roriz :URL:http://wp.me/p6Q8u-bah
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